sexta-feira, 31 de julho de 2009

O governo não consegue controlar seus gastos


Gasto ruim? No que estamos errando?

Todo mundo no governo ficou valentão. “A gente vai mesmo gastar, qual o problema?” — repetem Lula, ministros da área econômica e autoridades diversas.
Apoiados no ambiente internacional, francamente favorável ao gasto público para evitar recessões, o presidente e seu pessoal parecem achar que não há regras, nem limites. E ficam bravos quando ouvem reclamações.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, normalmente moderado na linguagem, também entrou no clima de palanque, tentando ridicularizar quem pede controle de gastos. “Cortar gastos, só sabem dizer isso, mas o Brasil é mais complexo do que cortar gasto”, disse Bernardo. Infelizmente, porém, o Brasil é também mais complexo do que aumentar gasto público.
Acontece que há várias maneiras de torrar o dinheiro do contribuinte. Podese, por exemplo, salvar um banco, uma empresa, um setor inteiro. Isso é sempre correto? Não. Se a operação de salvamento beneficia companhias que se recuperam, voltam a dar lucro e devolvem o dinheiro do governo, tudo bem.
O que é melhor? Em artigo no “Valor Econômico”, Delfim Netto observou que pesquisas recentes sugerem que provavelmente a redução de impostos é mais eficaz. Isso porque, dizemos nós, o gasto do governo pode ser atropelado por problemas diversos, de burocracia a corrupção, de projetos errados a escolhas equivocadas.
Mas, como sabemos muito bem por aqui, a obra pode demorar 20 anos, custar o triplo, não levar a nada.
Ou seja, é preciso, sim, avaliar o gasto do governo Lula. Mesmo porque parece que a coisa vai na direção errada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário